Mudança climática – um impulsionador da desigualdade

By: Sr. Barbara Bozak

“Capacitar as pessoas e assegurar a inclusão e a igualdade” foi o tema do Fórum Político de Alto Nível sobre Desenvolvimento Sustentável, realizado na sede da ONU em Nova York, de 9 a 18 de julho deste ano. O foco principal desta reunião anual é uma revisão dos progressos realizados, as lacunas trazidas à luz e os obstáculos para alcançar a Agenda 2030 com seus 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Como é impossível examinar todos os 17 objetivos todos os anos, a ONU escolhe 5 objetivos a considerar de perto em cada Fórum Político de Alto Nível. Este ano, as metas examinadas foram o SDG 4 – Educação de qualidade, ODS 8 – Trabalho decente e crescimento econômico, ODS 10 – Desigualdades reduzidas, ODS 13 – Ação climática e ODS 16 – Paz, justiça e instituições fortes.

As Irmãs de São José foram representadas nesta reunião por quatro Irmãs de quatro diferentes congregações: Ir. Emelie Zoeline, Irmã da Congregação Aosta (Itália) da Costa do Marfim, Ir. Sue Wilson, da Congregação das Irmãs de São José no Canadá, Ir. Marianne Sennick, da Congregação de Brentwood, NY e Ir. Barbara Bozak das Irmãs de São José de Chambéry, representante oficial das Congregações de São José na ONU. Elas puderam se beneficiar com as reuniões oficiais da ONU, que incluíram discussões em painel sobre cada um dos ODSs acima mencionados e vários eventos paralelos que haviam sido organizados por diferentes ONGs.

Um dos temas abordados diretamente em eventos paralelos foi a importância de usar um enfoque de direitos humanos em todas as discussões sobre mudança climática. A realidade é que a mudança climática com o aquecimento global resultante, aumento do nível do mar, seca em algumas áreas e chuvas fortes com inundações em outros, afeta os pobres e mais vulneráveis em maior medida do que aqueles que têm mais recursos. As nações em desenvolvimento de pequenas ilhas estão experimentando o oceano reivindicando mais e mais de suas terras. A seca e a incapacidade de cultivar ou criar animais para sustentar-se levaram muitos a migrar, dentro de seu próprio país, em seu continente ou mais longe. A inundação destrói propriedades, casas e empresas, e aqueles que vivem na pobreza não têm recursos para reconstruir.

Philip Alston, o relator especial sobre pobreza extrema e Direitos Humanos, observou que mesmo o Conselho de Direitos Humanos da ONU não vê a urgência de abordar a questão da mudança climática. E grandes corporações, especialmente aquelas envolvidas na extração e produção de combustíveis fósseis, enquanto responsáveis por 71% das emissões de gases de efeito estufa entre 1998 e 2015, não se responsabilizam por isso, mas recebem generosos subsídios do governo. Também foi relatado que muitos grandes executivos consideram os Direitos Humanos como uma ameaça à sua margem de lucro e, portanto, são contra eles. Assim, tentar alcançar o ODS 10, reduzir as desigualdades, é uma das maiores lutas da Agenda 2030.

Cada uma das quatro Irmãs de São José presentes neste Fórum das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável percebe a importância de seu papel no trabalho em nível local para enfrentar a mudança climática, alcançar maior igualdade dentro de sua sociedade e avançar com os ODS, fazendo isso respondendo à situação local e trabalhando com outras pessoas em sua própria cidade e país.