Irmãs de São José do Canadá e dos Estados Unidos na ONU

Migração, Tráfico de Seres Humanos e Erradicação da Pobreza estavam entre alguns dos muitos temas discutidos na ONU durante a 49ª Comissão sobre População e Desenvolvimento, que se realizou de 11 a 15 de abril de 2016. As Federações canadense e americana tinham representantes presentes para falar, defender e ouvir a partir de uma perspectiva global sobre estas importantes questões.

A semana começou na ONU com os membros do grupo assistindo a abertura da 49ª Comissão sobre População e Desenvolvimento, tendo como tema “Fortalecendo as provas demográficas de base para a agenda de desenvolvimento pós-2015″. Dados demográficos são fundamentais para o desenvolvimento e avaliação de políticas sociais e econômicas, incluindo aqueles focados na redução da pobreza, e eles fornecem uma base de evidência essencial para os responsáveis políticos nacionais e locais. “A necessidade de dados demográficos de alta qualidade, oportunos, fiáveis e relevantes ganhou destaque à luz da recente adoção da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, em que questões relacionadas com população que sustentam muitos dos objetivos e metas”. Evidências demográficas são essenciais para medir pobreza e doença, bem como avaliar o progresso na prossecução dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

Na manhã de terça-feira o grupo se reuniu no escritório da ONG da ONU, Justine Gitanjali Senapati, CSJ, onde eles ouviram cinco apresentações.  Os temas eram variados: Tráfico de Seres Humanos, (Winifred Doherty), Desenvolvimento Social (Daniel Perell), Erradicação da Pobreza (Cristina Diez Saguillo), Migração (Emeka Xris Obiezu, OSA) e Trabalho em Mineração (Áine O’Connor, RSM, Ph.D).

O foco do evento paralelo à tarde, patrocinado pelas Congregações de São José, entre outros, foi para avaliar a Agenda dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU de 2030 (ODSs), à luz do seu ambicioso slogan, “Não Deixe Ninguém para Trás”.

Cada um dos oradores focou em migrantes e refugiados, populações vulneráveis que são muitas vezes deixadas para trás na formação das políticas sociais. Suas histórias não são ditas porque elas não são representadas nas mesas onde os tomadores de decisão elaboram suas políticas.  Até mesmo o tema da migração não tem lugar oficial na Comissão sobre População e Desenvolvimento.

Cada um dos seis oradores falou sobre um determinado aspecto da migração, que inclui o tráfico de seres humanos para o trabalho e tráfico de escravos, bem como as disparidades econômicas em seus países de origem, que causam a saída das pessoas. O tema da sessão da tarde foi “O que podemos fazer melhor para ver que as pessoas sejam levadas em conta para que todos possam ter o seu lugar!”

Em seu discurso de abertura, o Arcebispo Bernadito Auza, Observador Permanente da Santa Sé, afirmou que, em face da migração global, temos de desenvolver uma cultura de preocupação incorporada no Evangelho, em vez da globalização da indiferença. Sue Wilson, CSJ, diretora do Escritório de Mudança Sistêmica para a Federação Canadense das Irmãs de São José, expôs a questão do tráfico de trabalho.  Ela observou que enquanto os trabalhadores têm o direito de denunciar os abusos, o medo de repercussões muitas vezes os impede de fazê-lo.  Os governos precisam trazer a abordagens dos direitos humanos para esta questão.  Os consumidores precisam exercer pressão sobre as empresas cujas cadeias de fornecimento dependem do trabalho escravo. Anthony Benedetto Pizzo, OSA, falou sobre a questão dos centros de detenção, enquanto Eileen McCann, CSJ, uma advogada para os indocumentados nos Estados Unidos, falou sobre os desafios dos casos que estão aguardando revisão pelo Supremo Tribunal e a deportação sem precedentes de migrantes pela Segurança Nacional.  O painel foi habilmente moderado por Emeka Obiezu, OSA, representante na ONU da Cúria Generalícia Agostiniana.